Apecs alerta para a falta de investimento na área de saneamento
As cidades brasileiras registram aumento do desperdício de água. Levantamento realizado a partir dos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2016 mostram que as perdas chegaram a 38,1% depois de pouca variação – de 36,7% para 37%, registrada entre 2012 e 2015. “A falta de uma política nacional para o saneamento está comprometendo o sistema de abastecimento dos municípios brasileiros. As perdas deveriam ter viés de baixa, mas essa alta reflete a falta de investimentos no setor”, aponta o engenheiro Luiz Pladevall, presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente) e vice-presidente da ABES-SP (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental).
Pladevall acredita que esse panorama não deve mudar nos próximos anos diante da falta de recursos financeiros destinados ao setor. Ele explica que a maioria dos municípios brasileiros convive com tubulações antigas, muitas vezes com mais de 70 anos, e estão sujeitas a rompimentos sob qualquer alteração de pressão. “Se os governos não tomarem atitudes urgentes, vamos regredir e desperdiçar dinheiro público jogando água fora”, ressalta o dirigente.
Segundo um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, o país perdeu R$ 10,6 bilhões em 2016 por conta do desperdício. O valor corresponde a 92% de todos os recursos investidos em saneamento (R$ 11,5 bilhões) no mesmo ano. “Um planejamento adequado poderia muito bem reverter essa tendência de perda. Mas os governos, em todas as esferas, relutam em priorizar o saneamento”, ressalta o dirigente.
O presidente da Apecs lembra da necessidade de um cadastro técnico preciso da localização das tubulações e de todo o sistema de abastecimento, para garantir uma boa gestão e redução de perdas. Segundo ele, isso é possível com a implantação de Distritos de Medição e Controle (DMCs), agilizando a atuação em caso de rompimentos e da melhoria da operação dos sistemas.
Sobre a Apecs
A Apecs foi fundada em 1989 e congrega atualmente cerca de 40 das mais representativas empresas de serviços e consultoria em Saneamento Básico e Meio Ambiente com atuação dentro e fora do país.
Essas empresas reúnem parte significativa do patrimônio tecnológico nacional do setor de Saneamento Básico e Meio Ambiente, fundamental para o desenvolvimento social e econômico brasileiro, estando presente nos mais importantes empreendimentos do setor.