A participação da iniciativa privada deve crescer substancialmente nos próximos anos. Hoje, as empresas do setor atendem de forma plena ou parcial, de acordo com o modelo de concessão de cada município, 15% da população do país. Até 2030, essas companhias devem atender, ao menos, 40% dos brasileiros, segundo o Panorama 2021, um estudo da Abcon/Sindcon.
Para alavancar o interesse dos investimentos privados, várias iniciativas vêm sendo adotadas. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lançou recentemente a Rede de Investidores, uma ferramenta para conectar usuários interessados por projetos de infraestrutura e privatizações. A iniciativa faz parte do BNDES Hub de Projetos, plataforma que desde 2020 já oferece ao mercado informações e oportunidades de investimentos em projetos estruturados pelo Banco.
A proposta da Rede de Investimento é viabilizar o contato, em sigilo, sem custo e sem intermediários, entre potenciais investidores locais e internacionais e demais interessados na carteira que contempla projetos de saneamento e de outras áreas. Conforme o interesse dos participantes da rede social, é possível criar conexões e um “match” entre aqueles que desejam se envolver no mesmo empreendimento ou setor.
O governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), tem apostado na autorização das debêntures incentivadas para ampliar os serviços de saneamento básico. Com o instrumento, as empresas fazem a captação de recursos privados para obras por meio da emissão desses papéis. Essa modalidade são títulos privados de renda fixa, que permitem às empresas obter dinheiro emprestado de investidores para financiar projetos na área de infraestrutura com isenção ou redução de Imposto de Renda sobre os lucros obtidos pelos investidores.
Segundo o MDR, da carteira total, iniciada em 2015, nove empreendimentos foram aprovados no ano de 2021, com potencial de captação de até R$ 1,3 bilhão no mercado de capitais. Há ainda a modalidade de debêntures incentivadas, que são voltadas ao manejo de resíduos sólidos urbanos.
Fontes: BNDES, MDR e Abcon/Sindcon.