Com leilão marcado para abril, a concessão de serviços de água e esgoto no Estado do Rio de Janeiro deve mobilizar R$ 40 bilhões no maior projeto de infraestrutura do país. De acordo com a Abcon/Sindicon, entidades representativas das concessionárias, o impacto dos empreendimentos de saneamento básico elevará em 40% de uma vez a população brasileira atendida pelo setor privado, hoje com 34,1 milhões de pessoas.
Para executivos e especialistas, as grandes proporções do projeto trazem riscos e desafios como a cobrança da conta de água em regiões com ocupação irregular, muitas delas dominadas pelo crime organizado. Há ainda o relacionamento político com entes públicos e a capacitação da agência reguladora.
Lançado entre o Natal 2020 e o Ano Novo, após sucessivos adiamentos, o edital de concessão prevê investimentos na ordem de R$ 30 bilhões em obras e R$ 10 bilhões em taxas de outorga, cobradas pelos governos para conceder os serviços. Leva quem oferecer a maior outorga, e um operador pode levar mais de um bloco, desde que comprove capacidade financeira e técnica. Dos 64 municípios atualmente atendidos pela Cedae, a estatal estadual de saneamento, 35 entraram no projeto – que divide a área em quatro blocos.
O BNDES trabalhou quatro anos na estruturação da concessão, desde 2016. O modelo desenhado tem sido elogiado por executivos, investidores e consultores.
Fonte: Abcon/Sindcon