O número de prefeituras atuando na prestação de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário vem diminuindo nas últimas décadas. As recentes privatizações ou PPPs (Parcerias Púbico-Privadas) do saneamento têm acelerado essa movimentação.
A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2017, divulgada em 2020, mostra redução significativa da participação das administrações municipais. Em 2008, na área de esgotamento sanitário, 57,1% dos municípios tinham as prefeituras como as únicas ou uma das entidades executoras do serviço, contra 46,2% em 2017.
O levantamento do IBGE mostra ainda que a participação direta do setor privado na execução dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário é bastante reduzida no Brasil. As empresas privadas estavam presentes em 3,6% dos municípios no caso de distribuição de água e em 3,1% no caso de coleta de esgoto, no período da pesquisa.
O panorama atual mostra avanço significativo da iniciativa privada. Com o leilão da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgoto), no Rio de Janeiro, o país alcança 32% na população beneficiada por investimentos da iniciativa privada.
Segundo dados da Abcon (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto), 30,4 milhões de brasileiros estão em municípios atendidos por operadores privados de saneamento em 2018. Com as licitações ocorridas em Alagoas, Espírito Santo e no Mato Grosso, esse total subiu para 34 milhões de moradores beneficiados. Porém, com o leilão da Cedae, mais 11 milhões de habitantes serão incluídos nessa lista.