Os leilões de energia previstos para ocorrer em setembro deste ano devem ser o primeiro passo para transformar lixo em energia. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) incluiu 19 projetos de resíduos sólidos urbanos (RSU) na disputa. Especialistas apontam o enorme potencial considerando a geração de mais de 80 milhões de toneladas de resíduos por ano em aterros e lixões sem destinação adequada.
Para a Abren (Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos), o setor tem condições de viabilizar pelo menos três novas unidades de recuperação energética, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O Leilão A-5 e A-6 deve garantir o suprimento de energia em até cinco e seis anos – a partir de 2027 e 2028. A aposta da Abren é que as usinas URE Caju, no Rio de Janeiro, com 31 MW; a URE Mauá, em São Paulo, com 80 MW; e a URE Consimares, em Nova Odessa (SP), com 20 MW, poderão vencer o leilão. A potência total chegaria a 131 MW.
Segundo a Abren, o preço da geração com lixo deve ser mantido em R$ 639,00/MWh, como no Leilão A-5 de 2021 (atualizado pelo IPCA, o valor é de R$ 684,00/MWh).
Estudos da Abren mostram que a geração de energia a partir do lixo urbano na Região Metropolitana de São Paulo tem potencial para promover uma economia superior a R$ 20 bilhões em 40 anos, considerando apenas os benefícios à saúde pública e a mitigação de danos ambientais.
O levantamento mostra ainda que a região tem possibilidade de receber 23 usinas de recuperação energética (UREs) com 20MW de potência instalada cada. A instalação dessas unidades demanda investimentos na ordem de R$ 16,6 bilhões e pode ser viabilizada por meio de um consórcio entre os municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo, como prevê o novo marco legal do saneamento.
Fontes: Abren e O Especialista.